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"Todo homem luta com mais bravura por seus interesses do que por seus direitos." Napoleão Bonaparte

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

pensando aqui

Tem uma coisa que tem me chateado muito, não ser a prioridade nas coisas.
Eu sou uma pessoa única e muito mas muito importante mesmo, eu sou de uma linhagem única que nunca mais vai acontecer e esqueço de me valorizar em tanta coisa. 
Fico me colocando pra depois, pra ser reserva de coisas que são piores do que eu. 
Não, que seja orgulho mas, eu você tem que ter a noção da qualidade do serviço que você presta. 
No meu caso, nada que eu faço é de qualquer jeito, quem já trabalhou comigo sabe, eu não empurro as coisas com a barriga, não tá dando certo? Acaba logo.
Então, não gosto quando as pessoas só lembram de mim quando é conveniente. 
Ou quando precisam, porque quando preciso todos dão as costas, ninguém se interessa tipo quero entregar uma muda que tá sobrando demais pra minha vizinha mas não tenho intimidade. 
A minha mãe já tem a intimidade de bater e entrar na casa dela, eu pedir pra pessoa fazer isso por mim vira um depois ou um amanhã irritante, tipo depois que fizer almoço pro marido e olhar os netos. 
E depois se der eu faço isso por você... 
Sempre assim, isso me deixa triste em todas as minhas relações porque me dá a ciência de que não sou importante. 
Porque realmente eu não tenho nada a oferecer as pessoas que minha sinceridade verdadeira, humildade. 
Eu não tenho frutos pra compartilhar numa mesa de boas risadas. 
Eu quero que os meus frutos sejam muito bem planejados e organizados se acontecer, quero que tenham a melhor escola o melhor quarto os melhores brinquedos. 
Quero que eles realizem os seus sonhos mais impossíveis pra não viverem o que eu vivi. 
Me deram tudo o que foi possível mas no meu interior nunca foi o bastante, no meu caso eu precisava de acompanhamento psicológico sério na infância e na adolescência. 
Nunca tive, meus pais tinham condições precárias básicas.
Mas a verdade, é que hoje não tenho a mínima vontade de trocar fraldas ou sentir outro odor desagradável que não seja o meu. 
Tem muita coisa antes, minha casa, minha loja, meus projetos e sonhos. 
As vezes eu paro e me acho tão velho pra alguns sonhos mas eu não posso pensar assim. 
Eu fico olhando os stories do meu professor de psicopatologia, ele é psicanalista, como eu fico feliz por ele pelo momento que ele está vivendo. 
Na época que eu estava na faculdade ele era um professor solitário bem vivido dos dias atuais, tinha tudo, uma profissão estabilizada, carro trocando direto, casa, gostava de cavalgar mas faltava algo, um amor na vida dele. 
Alguém que tivesse parceria com ele nos seus dias. 
Me lembro de dias que meu professor chegava na sala como se tivesse cheirado kilos de cocaína, super elétrico, com uma roupa super amarrotada branca deixando claro a vida corrida de solteiro. 
Ele encontrou alguém que compartilha dos seus interesses parece que os dois são da psicanálise. 
Voltando para mim meu processo é justamente ao contrário do dele, uma relação pra mim é depois de muita coisa que ainda eu não tenho, minha casa, minha estabilidade financeira, minha tranquilidade, o que nada disso eu tenho. 
É completamente maluco e desestruturado pessoas que como eu não tem nada e começam a ter filhos e relações sem futuro para preencher o momento ou uma situação que não vai ser sólida. 
Ai nessa situação agente vê as grávidas de 14 anos, e muitos outros casos tristes porque os filhos vão estar nas esquinas depois que o governo não ajudar porque a mãe infelizmente tá muito próxima do mesmo.
Na minha época de curso eu não tive muita sorte com turma sabe, eu realmente era um dos mais inteligentes o que já mais ou menos sabia aonde ia chegar e o que poderia acontecer. 
Tinha de tudo, gente que acabou de terminar o ensino médio e era bonita e tava fazendo pé de meia com professor, tinha cristã que parece que não conheceu ou ignorou Nietzsche e outro pessoal da ciência porque olhei o Facebook da pessoa e é só a decepção, tem que voltar por primeiro período e estudar o significado em existência. 
As pessoas se amarram ao que querem ser para as pessoas e se esquecem do que realmente são de verdade UM NADA. 
No caso dessa amiga que vos falo, ela era péssima, lembro que trabalhava de cabeleireira e isso acho que deu na cabeça dela de dar certo ali já que já conversava muito com as pessoas no processo de corte. 
Na rede social dela, ela aparece sentada num lugar elegante como se já fosse muito bem sucedida, eu tinha encontrado ela quando vendia balas no sinaleiro ela tava trabalhando numa loja decadente de maquiagens no centro. 
Que turma horrível era aquela minha, eu me lembro de no sexto período eles já planejando formatura e eu nem queria porque eu sabia todas as lutas que eu ia passar, que era pequena a probabilidade de dar certo pra mim. 
Eu passei muita raiva na universidade, eu me tornei muito organizado e eu gostava de sentar todos os dias no mesmo lugar, a faculdade fazia com que as aulas acontecessem cada dia em salas diferentes todas as aulas e vocês não tem noção como isso me desmotivava e atrapalhava. 
E era uma coisa que não era fácil pra mim e que eu tinha que ter jogo de cintura pra disfarçar mas já me desmotivava uns 60%.
Eu quero um dia segurar um anel valoroso nas minhas mãos, ou uma joia no meu peito me fazendo lembrar de todas as vezes que fui um nada, de quando sempre era o que saia como o pior, sendo que pontuava mais. 
A classificação que as pessoas me davam em valor. 
Quero me lembrar da adolescente feminina que eu era que não tinha seios nem glúteos, nem vagina mas queria ser amada. 
Do lugar que eu não tinha mas, que outros não menos o tinham por aparência, ou agradar em questão de personalidade ou biotipo. 
Do humor que me faltava em verdade. 
Do meu laço paterno me rejeitar no ventre. 
Não que uma joia seja mais nobre que a minha verdade em todos esses conflitos mas que me lembrem de quão nobre foram as minhas passividades em todos esses atos, fui vulnerável. 



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