30/10/2018
17:37
Ela estava um pouco ansiosa, queria que o resultado daquela democracia fosse melhor.
Que realmente as pessoas escolhessem o suposto amor aos menos favorecidos.
Mas o resultado abraçou a estatística e pesquisas dos telejornais que ela acompanhava.
Um engasgado e garganta seca parecia lhe sintomar enquanto o povo parecia comemorar uma conquista moral tradicional a família que não fazia parte dela.
Ela estava como os cachorros em fogos de artifício, incomodada e angustiada.
Nos países socialistas que ela admirava sua opinião parecia combinar muito mais uma vez.
Era triste ver o povo como uma cambada de irracionais movidos por uma emoção fútil e verde e amarela.
Apatia, no seu quarto lia um escrito de uma escritora nordestina que evidenciava como projetos voltados a população mais carente consolava um pouco e ela conseguia observar até na área da saúde pela quantidade rápida de vezes que a personagem em narração contava das suas seguidas gestações.
Segurava uma caixa de pastilhas com medo de acabar e sabendo que aquela sensação de desespero iria voltar ao ver mais uma tentativa voltar a falta de solução.
Dormia, acordava, jogava, lia e dormia.
Escutava eles indo e vindo e estava desmotivada de tentar bater na porta de mais um deslumbrado e procrastinado cidadão daquele vilarejo.
Ela não estava satisfeita com a atuação das bruxas que se encaixavam nas normas e padrões e eram aceitas.
Queria lutar pelas que eram como ela, que saiam por ai com seus pentagramas evocando assim só mais uma diversidade de crença.
Infelizmente como nos seus livros de história a religião dominadora se mascarava do bem e se encorpava mais uma vez ditando sorrateiramente as regras de uma moral decente.
Parecia estar a frente do seu tempo, e ia mais uma vez tentando seguir em frente.