#BRIDGES33

"Todo homem luta com mais bravura por seus interesses do que por seus direitos." Napoleão Bonaparte

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

POSSIBILIDADE E COLHEITA GÓTICA/ Parte 8

26/09/2019
15:25

Ela estava ficando sufocada.
Desenvolveu distúrbios alimentares e refluxo gástrico.
Acordou pela madrugada e observava todas as falhas do seu cabelo, o presente da genética que ela nem conhecia.
Cortou sem pena e nem padrão de medida seus míseros cabelos na lua minguante.
Tomou para si mesma que foi muito tempo persistindo em algo que só declinava.
A cada dia que passava ela se sentia mais debilitada e queria aproveitar ao máximo.
Parecia algo preso diabólico na garganta, um gosto azedo que nunca saia, algo muito estranho e agoniante.
Ela não tinha pra onde correr.
Havia outro conflito social existindo naquele momento mas nem se importava mais, quando olhava as pessoas que defendiam o interesse estava estampado na gravata ou se via que era falta de maturidade mesmo defender algo tão idiota e de retrocesso tão grande.
Sentada sozinha enquanto a roda do cotiano e compromissos rodavam ela se lembrou da fala de uma amiga sábia que dizia que a vida era um sopro.
Era uma dor e agonia que nunca passava, relatava para si mesma que tinha medo de forçar esses resistentes parasitas para fora e acabar rebentando alguma veia.
Ela não era mais sonhadora, estava mergulhada numa cruel realidade que a abraçava a incentivando a aproveitar cada segundo como se fosse o último.
Mais uma vez vivia o dilema de não ter aonde ir e nem a quem gritar quando seu bonde pessoal de situação começasse a incendiar. 
Sim, queria mais, muito mais só a circunstâncias e probabilidades que pareciam não ajudar.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

ATÉ QUANDO ESPERAR ?

16:45
24/09/2019

Quando ela estiver no sucesso lembre-se que aprendeu a sorrir a todos para conquistar mais.
Que aprendeu a esconder a dor e pontos fracos como defesa.
Descobriu que o mercado é muito canibal e uma única indisposição lhe tira muitos pontos.
Aprendeu a amar o cliente, guardando secretamente a vontade da fila andar mais rápido.
Se modelou pra conquistar o coração da criança catarrenta até o porteiro receptivo e fácil de influência.
Conseguiu falar e elogiar a plateia como se fosse a mais linda sem saber o nome de ninguém que está ali.
Ela dizia : "Que plateia mais linda."
Compreendeu que a vontade sempre vai existir e apesar das romantizações sociais de relações baseadas no divino que mostram o amor eterno, o par perfeito a comida que sacia sempre, a verdade é a busca que nunca acaba.
Seja a vontade de um prato diferente, de uma nova experiência sexual.
Observou como somos egoístas já que na verdade ninguém é de ninguém e vivemos trocando experiências e percebeu como quem não aceita isso começa a adoecer.
Existe um choque de realidade muito grande que deixa o padre deprimido, o casamento desgastado e a comida preferida sem sabor.
O mais fantástico de todas as experiencias dela até aqui foi descobrir que somos uma grande teia simulada de conexões invisíveis. 
E que queremos sempre mais.
E que uma hora sua energia vai concentrar tanto que ou você adoece pelos padrões ou começa espalhar devagar aqui e ali.
Nunca na vida dela até o momento ela quis destruir ou denegrir algum tipo de fé ou cultura só enfatizar que faz bem todas essas amarras de punições divinas do além porque nossa realidade é cruel.
Certa vez um professor realista tampou a visão dela e disse :
-Está vendo essa escuridão filosófica ? É só isso. Pode chamar todas as divindades que depois nem essa sua consciência baseada na necessidade de pertencimento infinito se faz presente. Depois mantendo os olhos fechados dela a arrastou ao sol ela observou o vermelho e ele disse esses são os reflexos dos vasos de sangue da sua pálpebra. Qual mensagem mais realista em resposta poderia existir aquela nobre guerreira rejeitada ?

terça-feira, 10 de setembro de 2019

2009 / 2019


Meu Deus, como o tempo passa. É outro mundo, outras pessoas.

E o tanto de gente que se foi. Leleco que me dava pinga de graça todos os dias antes de entrar pro último ano do ensino médio.
Gê que me dava tinta loira achada no lixão pra retocar meu cabelo e dava certo e ninguém sabia.
Bizunga, Cotonete , Morcego, Dadinho.. Muitos, Marcos e outros que estiveram até dentro de mim ou nos meus lábios e já nem existem mais.
Me lembro de estar do lado da Bruna e olhar o número de 20 cigarros e relacionar com o pavor do presente sem nem imaginar essa década depois.
Eu era um esqueleto humano e tinha cabelo pra três cabeças já hoje me falta e tenho barriga e peitinho.
Uma coisa realmente se assemelha tanto lá como aqui era um ultimato : "O que eu vou fazer daqui a diante ?"
Melhorei, eu era muito esquizofrênica. Gente e as roupas só trapo. Claro não tô melhor mas em vista. Claro de lá pra cá tive dois empregos de carteira assinada e alguns bicos. Eu queria sentir a emoção agora tenho que tomar cuidado e administrar as consequências e emoções vividas. Se arrepende ? Não. Só queria ter a consciência antecipada do que eu podia mergulhar mais e o que não. Que viagem isso. E você como estava suas ambições e vida a dez anos atrás ?