26/09/2019
15:25
Ela estava ficando sufocada.
Desenvolveu distúrbios alimentares e refluxo gástrico.
Acordou pela madrugada e observava todas as falhas do seu cabelo, o presente da genética que ela nem conhecia.
Cortou sem pena e nem padrão de medida seus míseros cabelos na lua minguante.
Tomou para si mesma que foi muito tempo persistindo em algo que só declinava.
A cada dia que passava ela se sentia mais debilitada e queria aproveitar ao máximo.
Parecia algo preso diabólico na garganta, um gosto azedo que nunca saia, algo muito estranho e agoniante.
Ela não tinha pra onde correr.
Havia outro conflito social existindo naquele momento mas nem se importava mais, quando olhava as pessoas que defendiam o interesse estava estampado na gravata ou se via que era falta de maturidade mesmo defender algo tão idiota e de retrocesso tão grande.
Sentada sozinha enquanto a roda do cotiano e compromissos rodavam ela se lembrou da fala de uma amiga sábia que dizia que a vida era um sopro.
Era uma dor e agonia que nunca passava, relatava para si mesma que tinha medo de forçar esses resistentes parasitas para fora e acabar rebentando alguma veia.
Ela não era mais sonhadora, estava mergulhada numa cruel realidade que a abraçava a incentivando a aproveitar cada segundo como se fosse o último.
Mais uma vez vivia o dilema de não ter aonde ir e nem a quem gritar quando seu bonde pessoal de situação começasse a incendiar.
Sim, queria mais, muito mais só a circunstâncias e probabilidades que pareciam não ajudar.