GRATIDÃO

Jamais na minha vida eu vou denegrir alguém ou alguma instituição por não sair privilegiado em algum término.

Porque eu olho o momento a relação, que apesar de tudo foi me dado a oportunidade.

E todos lugares por onde eu passei tiveram os bons momentos o que aconteceu pra terminar foi alguma divergência na parceria. 

Mas isso jamais vai me fazer denegrir, difamar ou processar por onde eu passei, não é o problema de evidenciar isso pela minha imagem futura até por que se for por isso meu foda-se está ligado já que tô quase largando tudo e ir mendigar na praça.

Mas comigo é assim acabou, acabou não gosto de ficar ensaboando situações ou parcerias que não está sendo benéfica para alguns dos lados.

Na faculdade por exemplo eu poderia processar, reclamar porque foi tanto tempo de estudos e nunca tive retorno nenhum, ano passado eu pagava metade do meu salário mínimo pra tentar, mas não eu deixei pra lá. 

Ai as pessoas podem falar, mas se você não brigar por você ninguém vai se importar, mas é aí que está o problema. 

Apesar do mais amplo que for sua relação com uma instituição por exemplo, está ocorrendo uma troca entre você e ela por mais simples que você possa significar a ela está acontecendo uma ligação sim.

E aí independente da falta de atenção, consideração existiu um vínculo e o importante é saber que você tentou. 

Quando eu fui tentar a faculdade eu sabia desde o início que ia ser muito difícil, mas muito mesmo porque pra mim sempre tudo é muito difícil. 

Tanto que minha tia queria ser fiador e eu falei não deixa tudo só comigo que se der errado não vou frustrar ninguém. 

Eu via alunos empolgados colocando nomes do curso na camiseta ou em redes sociais e eu deixava o meu só no preto, porque no fundo eu sabia que era muito difícil pra mim, mas que eu tentaria. 

Não é porque eu gastei tanto dinheiro com a faculdade, que estou endividado sem saber como vou pagar que vou difamar ou reclamar da pouca qualidade da onde foi me proporcionado a oportunidade. 

Existe uma palavra que as pessoas interesseiras costumam esquecer GRATIDÃO. 

A mesma coisa lá na cafeteria e na Big Lar, ah eu sai de lá, vivi lá durante um tempo não vou sair difamando e falando mal os defeitos mas eu vou guardar pra mim porque isso é respeito e consideração com o local por onde eu trabalhei. 

E aí todas as lutas e coisas que eu desejei nunca ter visto também ficam nesse processo.

Até aqui mesmo na minha casa aonde eu recebo alimentação, acolhimento, não é porque eu vou sair que eu vou ficar desfazendo, não é porque eu preciso agora ou que vou precisar depois.

Tem que ser verdade a relação. 

No Cartório

 Eu acordei umas 6 horas sozinho na segunda feira e fui me arrumar para ir no cartório ver como funcionava e se realmente era simples essa possibilidade, não tinha sol e molhei algumas plantas as que mais precisavam.

Tava muito cedo, estava ansioso dormi mais um pouco acordei 7 e pouco com a roupa já pronta e só calcei a botina e coloquei o boné o óculos e a máscara e fui de a pé.

Pra quem anda tanto de bicicleta como eu ir e voltar a pé não é cansativo só demorado mas exercitei a paciência e fui calmamente.

O cartório que eu fui foi aquele atrás da Riachuelo, é um cartório antigo, cheio de papéis e com uma fila que hoje eu entendi porque ficava tão grande.

As pessoas arrumam certidões de óbito, casamento, nascimento e tudo mais e eu tava ali numa coisa que parecia tão simples mas tão importante pra mim.

Eu fiquei nervoso, porque as pessoas ficavam muito próximas ali, não tinha privacidade na hora que eu falasse moça quero trocar meu nome todo mundo ia escutar.

Então quando ia chegando minha vez eu deixava outras pessoas passar na frente até eu me ambientar mais e criar coragem.

Chegou minha vez escrevi no celular e a moça leu e tirou as fotos lá da documentação que eu precisava e disse que ficava 300 reais.

Eu não tinha o dinheiro, mas voltei feliz pra casa novamente a pé com a possibilidade de finalmente me chamar EDUARDO, eu vou vou juntar esses 300 reais com a minha vida e vou ter o nome que sempre foi meu sem querer.

Nem que eu junte grãozinho por grãozinho como a Isaura e os escravos faziam para comprar a própria liberdade mas eu vou.

O meu medo é que essa lei parece tão maravilhosa que dá medo de alguém ir lá e mudar tudo, por isso quero ter esse dinheiro o mais rápido possível.

Gente, vocês não sabem como é importante ser chamado pelo nome que você gosta seja na chamada ou lista da faculdade, num curso ou no trabalho é muito valoroso e digno ter um nome que te faz feliz.

Não é só no meu caso que sempre quis me chamar Dudu mas é um avanço também para meus queridos lgbt+ que não se identificam com um nome e podem ter O NOME QUE QUISER independente de provar com a genitalia mas como a pessoa se sente.

Isso é um avanço tão grande, mostra que nós como pessoas somos mais do que o nosso sexo representa somos o nosso próprio significado singular e importante.

As próximas gerações um dia terão ciência de todas as lutas que o pessoal de antigamente encarou como eu para ter essa oportunidade ou possibilidade.

Existem as trans, travestis, não binárias e muitas outras classificações que vivem um constrangimento absurdo pelo que escolheram por eles mas não o que eles são de verdade.

Não é justo também que a lei ficasse aberta para que isso fosse possível nos 18/19 anos porque pra maioria dos jovens periféricos dessa fase ainda estão muitas vezes sem renda financeira e amparo psicológico e social.

É importante que o adolescente saiba que depois ele pode decidir se vai ou não seguir com o nome que foi escolhido para ele porque esse mesmo é somente DELE.

É um direito muito bonito como foi com a lei áurea e outras.

Eu estou muito feliz e quero que mais leis de liberdade apareçam para a população.

Porque sou contra qualquer tipo de sensura mas claro que privacidade e bom senso também cabe em qualquer lugar.

O importante é reconhecer o limite do outro. 

GERENCIAR

Estou chateado com tanta coisa, mas são problemas que todo mundo tem na sua vida e o que tenho que fazer daqui pra frente é gerenciar tudo na minha vida.

Isso vai de organização do meu quarto até as plantas espalhadas pela casa. 

Tô num momento de amor próprio muito forte, ontem a menina veio pra cá e eu fui fazer caminhada e corrida pelo bairro pra distrair mas na verdade o que eu queria era nem voltar para casa. 

Dia de domingo, eu não descanso, sempre fico tentando sanar meu emocional de ataques agressivos tanto físicos como psicólogicos. 

Ai eu andando e pensando :

"Não vou fumar nenhum cigarro e nem vou beber nada porque isso não vai resolver meus problemas e vai piorar minha saúde e dias de vida.

Gerenciar sua vida vai nisso também, nos seus hábitos se estão sendo saudáveis. 

Eu andando pelo bairro e pensando nossa, que triste, tudo mudou, as pessoas são outras as relações são outras. 

A ganância natural econômica tomou o espaço de onças humanas de índios que sobreviviam com seus problemas mais sinceros e doloridos. 

Eu me sentindo nas ruas como uma onça, sem lugar pra me esconder, a Miria morreu, minha vó morreu, Leleco morreu, o Zezim dono do bar que não me deixava faltar cerveja e nem me deixava ir pra casa a pé e só morreu também. 

Sinto como a natureza, os animais selvagens estão perdendo seus habitates. pela ganância, pela urbanização pela quantidade enorme de filhos que também vão querer desatar para ter sua empresa, vender mais gado.

Parece que vivo esse momento, onde vejo procriar e procriar e as coisas riquíssimas que devem ser protegidas, preservadas estão sendo caçadas, desvalorizadas pelo novo pela ambição de ter mais por esse novo. 

Sinto todas as injustiças como se eu fosse um animal selvagem da natureza. 

Mais tarde tem jogo do Palmeiras, vou arrumar tudo aqui no meu quarto, gerenciar de dentro pra fora. 

Vou reunir plantas, não quero mais plantas, gente, tá virando doença e a casa nem é minha. 

Diminuir essas plantas, eu sei que a vontade de crescer, de ter uma casa é grande no Dudu mas vamos controlar isso. 

Ai se eu conseguir organizar tudo, segunda feira vou no cartório ver esse negócio de mudar nome, ou melhor na terça porque domingo eu nem descanso tanta coisa, energia solta e pesada. Bagunça. 

Minha mãe mania de pegar minhas plantas bem cuidadas e levar pra casa da minha irmã aonde ela nem cuida é minha mãe que cuida. 

Olha, ela é outra que tem que aprender muito gerenciar a vida dela, ela tem uma casa, filhos, para de passear todo final de samana e vai fazer seu almoço sozinha no final de semana. 

Ela precisa se fechar, entender que agora é dali pra fora com os filhos dela para de escorar na minha mãe porque sem minha mãe ir lá em duas semanas as plantas morrem todas.

A última vez que fui lá vi uma casa muito bagunçada, mal administrada estava vazia e minha mãe colocou plantas mas não vão adiantar na hora que ela for encarar a realidade sozinha. 

O correio da casa dela cheio de talões que ela nem meche e nem pega e só vai juntando, brinquedos pelo chão que ela nem pega pra ajudar a coitada enfim, uma bagunça. 

Porque minha mãe morrer eu sei já a minha mas ela vai entender a verdadeira verdade dela. 

É estressante olhar a vida da outra pessoa, e nem gosto muito dela, eu quero que a minha relação com ela seja cada uma na sua mas com respeito porque não combinamos.

Um dia quero ter a minha casa também e não quero nunca que minha caixa de correios fique aquela bagunça.

Eduardo

Hoje eu estou feliz porque estava assistindo o jornal regional da minha cidade da Record TV e vi que agora as pessoas podem mudar nome bem mais fácil.

Segunda feira vou ir no cartório e mudar meu nome de Evanildo para Eduardo, isso vai me deixar feliz, porque não sei por qual razão esse nome produz em mim algum constrangimento, nunca tive vontade de dizer a alguém como me chamo verdadeiramente.

E todo mundo sempre me chamou de Dudu, agora tenho que ver quanto vou ter que pagar e dependendo de quanto for vou fazer de tudo pra conseguir pra ter essa liberdade de me chamar de sim, de Dudu sim 💚.

Vou ficar feliz. 

Já falei pra minha mãe pro meu pai, tá parecendo muito fácil pra ser verdade, tenho medo disso, depois venho aqui contar o desdobramento. 

Sinceridade ao vento

Bom dia meu querido blog, hoje estou zen, acho que estou ligando o foda-se sabe?

Ontem andei igual zumbi sem direção por aí, a roupa igual de mendigo, aquela mesma botina sem engraxar.

Uma blusa de frio da minha avó porque apesar do sol um vento gelado corria mesno durante a tarde. 

Estava com raiva das folhas secas que tornavam a cair da árvore mesmo depois de não deixar nenhuma, parei não posso controlar.

Tô nem aí pra mais nada, qualquer coisa agente junta as tralhas e vai correr o perigo de mendigar nas praças. 

Gente, vocês sabiam, aqui não porque meu pai tá trabalhando na prefeitura e odeio trabalhar perto de família mas em outra cidade eu tenho coragem pegar minhas coisas e sumir e chegar em outra cidade e pedir ajuda pra assistência social. 

O pior é que eles ajudam é só menor e deficientes acho que igual eu deve ficar largado mesmo. 

Ai tá vendo sou super a favor do aborto mesmo, depois o sofrimento é só das pessoas, não tem respeito pela história da pessoa. 

Tem horas que o preso é mais digno que as pessoas honestas nesse país, eles recebem pra ficar lá, presos. 

Fazer esse tanto de filho sem estrutura pra ficar largado aí nas praças nos becos, é porque agora pequeno o governo da bolsa família, as pessoas se compadecem mas depois de maior ou independente continuam sendo filhos aí essas mães sem estrutura veem os seus filhos nas esquinas, nos tráficos tentando o espaço que nem ela tinha equilibrado pra elas próprias . 

Talvez de tanta história triste dessas além da minha me fizeram ter pavor de barriga de mulher grávida e essa colocação de filho no mundo. 

Ah quando eu tava com minhas amigas e falavam que tava grávida, agente disfarçava porque sei lá da expectativa da pessoa mas por dentro era um filme de terror de vários ângulos. 

Ah que cobra não tem asa porque eu mulher ia abortar tanto, a consciente no momento sou eu, tinha que ser um marido muito bem sucedido financeiramente e no psicológico também pra me fazer ter a coragem de encarar essa tormenta.

E aí nem é só isso, é tão sério e complexo uma pessoa, cada um tem seu ângulo de ver as coisas. 

Jamais você pode achar que uma pessoa tem o bastante. 

Eu vou colocar minha mãe na parede antes dela morrer e vou falar :

"Mãe olha é o seguinte, tudo bem que você arrumou outra história maravilhosa pra mim, sobrenome e tals mas essa não é a minha verdade, o que eu sou é resultado do ato que o seu consciente esqueceu ou não se lembra de alguma forma, eu preciso que você tenha respeito pela minha curiosidade biológica e científica e me fale a verdade por mais dura que seja porque é muito cruel saber que você vai morrer sem saber suas origens. 

Gente, eu fico pensando no sofrimento dos orfanatos mesmo depois de adotados aquelas crianças ou até adultos são resultados de relações sexuais que não foram assumidas e sustentadas. 

Pior do que eu aquela negrinha de dezoito anos não sabe nada nem de pai e nem de mãe e se for inteligente também vai ter pavor de pegar uma barriga por aí. 

Pelo menos no meu caso sei a parte materna agora vocês imaginem eles. 

É como as pessoas que estão aqui na terra sem conhecer o céu, ou os mistérios da ciência. 

Você tem um corpo nasceu de uma relação mas não sabe nada nem do seu pai e nem da sua mãe. 

É como olhar no espelho e não ter respostas, é como "deus" fez com as pessoas, iludiu. 

Não é justo, é triste é cruel. 

Depois fui andando ganhei algumas plantas do moço da borracharia porque eu pedi, eu tô naquela fase da terapia das plantas sabe. 

Tá virando uma floresta tudo meu. 

Ai sentei lá em cima pra esperar escurecer, porque odeio passar na rua cheia e as pessoas ficarem me olhando. 

Ai passei na rua de cima quando vi que a rua estava vazia voltei pra casa. 

Minha agenda telefônica tem só três números dois de senha de banco que tô devendo e a outra do Túmulo porque quero colocar o nome da minha vó lá onde ela tá enterrada. 

Redes sociais tô nem aí, tô tão fria, tenho vontade de falar com ninguém, tenho irmãos de parte de mãe mas sei lá qual é o efeito psicológico de não gostar deles, lógico que nunca falei, mas eu não gosto. 

Sabe meu irmão foi pra Portugal até hoje não senti falta e achei tão bom, maior paz, espero até que não volte. 

A outra arrumou uns filhos tão encapetados que o marido correu de casa, depois dessas crias aí agente se afastou bem mais. 

Até porque não consigo ser falso, se eu não gostar de alguma coisa ou algo eu falo na tua cara e demonstro com meu comportamento. 

E aí, eu tenho que fazer alguma coisa, não sei nem que seja ganhar na mega sena e sair daqui porque não quero que ele volte pra cá e aquela mesma história se repetir. 

Dizendo ele que foi pra buscar uma vida melhor mas agente que estudou psicologia sabe da personalidade da pessoa que a probabilidade dele voltar derrotado e do mesmo jeito é bem maior. 

Torço muito que ele arrume uns quinze filhos e uma mulher e fique por lá mesmo que eu vou mendigar nas praças igual ele falava não sei fazer nada mesmo e vou morrer de fome. 

Ai é tanta coisa gente que tô sentindo, é carência afetiva, social, financeira. 

Tá complicado, tô agarrando nas plantas viu. 

Eu não me arrependo de nada que eu fiz porque foi o melhor sim. 

Chateado

Geralmente uma coisa que tenho ficado chateado é com minha mãe, aliás toda a vida desde o ventre sem consciência isso já se fazia presente.

Tinha um vidro de kiboa aqui com alça e eu já tinha falado durante os dias.

"Mãe esse vidro vou fazer regador." ainda tive a capacidade de mostrar pra ela umas duas vezes e ela não falar nada.

Ontem voltando do basquete eu vi um recipiente com alça jogado desse mesmo e pensei "não vou pegar porque lá em casa tem."

Ai hoje de manhã minha mãe pega e corta o recipiente pra fazer vaso, como se eu não tivesse falado nada.

Das duas uma:

1.Ou ela não está prestando atenção no que falo.

2. Ou não se interessa pelas coisas que eu falo ou planejo.

E ela ainda tem a capacidade de falar que traz um lá da casa da treva pra mim depois, deu vontade de falar pra ela desfocar de lá de neto e ter atenção aqui comigo. 

Mas infelizmente não posso controlar as prioridades e a atenção que as pessoas tem, está claro que ela não está nem aí para os meus planos. 

Ela tá focada em neto em outras relações, e comigo a prioridade sou eu, até porque ninguém tá nem aí pra mim por isso tenho que me valorizar muito mesmo. 

Gente, chega final de semana se eu não inventar algo eu mofo aqui de isolamento. 

Agorinha vou inventar de passear com Minnie uma buldogue francês que a minha irmã deixou comigo por um tempo, quero ver hora de levar porque ela tá super apegada comigo. 

E a Luna minha boder collie guardiã que tá outra luta porque nunca vacinou na vida e tou tendo dinheiro pra essa vacina não. 

Voltando a minha mãe eu não vou falar mais nada pra ela, sabe a pessoa não tem interesse, tá um descaso, aliás sempre foi.

Esses dias tem sido divertido apesar da falta de dinheiro e desemprego. 

Eu peguei aquele saque antecipado do FGTS e dei 100 pro meu pai, 100 pra minha mãe, comprei uma caixinha jbl que tava com vontade e paguei algumas contas, foi muito bom esse dinheiro.

Minnie e Luna deixam meu dia alegre sem falar que ainda tem Miu e Oncinha os gatos. 

As plantas são outro processo viciante que estou vivendo, comecei com um jardim de sol pleno, já tou na horta, tenho plantas no quarto e na garagem. 

Resumindo isso aqui tá é pequeno pra mim, já é nítido que ter minha casa é me manter vai ser minha maior e melhor terapia, um sonho que espero conseguir porque parece tão distante e difícil. 

Tenho que voltar a jogar mega sena meu Deus, arrumar um trabalho de faxineira porque é só isso que sei fazer e ainda nem tão bem.

Desgraçalizando

 Hoje eu estava aqui pensando, que a única pessoa que pagaria pra colocar meu nome no túmulo se foi.

Que a única pessoa que levaria flores no meu túmulo no meu aniversário se foi.

Dia 18 de agosto está chegando e eu vou lá, ver aquele descaso aonde minha vó é seu corpo foram colocados.

Me lembrei de minha mãe envolvida na relação com meu pai do lado em quanto minha avó vinha de ônibus me buscar m mais uma das minhas crises tardias de adolescência.

Mas recordei que enquanto minha mãe buscava o sonhado esposo, eu o filho não planejado estava sendo cuidado pela minha avó que foi a mãe de verdade.

Me voltei ao passado quando precisava de atenção e minha avó me levava a pamonharia e pagava lanche para mim sem esperar nada em troca por saber que eu gostava.

Me lembrei de ter pão e salame na geladeira que nem fazia gelo de tão quente por saber que eu gostava.

Percebi que meu único, refúgio e amizade verdadeira se foi.

Eu sempre tinha esse medo durante toda minha vida, porque minha avó era a pessoa que eu mais amava e eu sabia que se perdesse minha avó e suportasse mais nenhum sentimento seria difícil de superar para mim.

Ela sempre soube que eu vinha de algo muito sofrido, assustador ou problemático, e talvez isso a aproximou de cuidar de mim como um de seus filhos.

Eu era neto mas me sentia o caçula.

Me sentia filho de dois irmãos com a mãe sabendo em silêncio, uma mulher de malandro que morre calada minha avó poderia ter sido.

Eu sempre falava a ela que meu maior sonho era conhecer meu pai biológico, isso foi um paradigma da minha adolescência.

Quando saia os boletins dela cada vez pior meu pai colocava o áudio no banheiro enquanto ele evacuava e meu quarto é colado e eu ouvia tudo em silêncio.

Quando ela morreu eu já sabia saíram poucas lágrimas confortadas do meu rosto.

Sonhei com João Batista um dia antes.

A última vez que vi ela foi perto da praça das mães e fiz ela passar álcool nas mãos a força.

Ela me deu dois reais e uns pães de queijo.

Depois que minha avó se foi, acabou família pra mim.

Desmenbrou tudo.

Minha mãe vive cuidando de netos que não param de ficar gripados podendo a qualquer hora bater as botas de tanta agitação infantil pós covid e fadiga.

Meu padrasto só fala dos capetas desses netos.

Os filhos da relação dos dois não considero meus irmãos eu suporto.

Eu muito só, um vagabundo autista invocado com jardim e espécie de plantas verdes. 

Gente, amanhã é segunda vou pedir auxílio Brasil e procurar um trabalho.

Quando estávamos na pandemia existia o auxílio emergêncial, eu não conseguia ser aprovado no site pois estava colocando família sendo que meu pai já havia feito e não tinha colocado meu nome.

Padrasto né, mas eu não pedi esse sobrenome que carrego também ele que colocou só pra fazer a ficha porque na realidade é o tanto faz mesmo.

Eu não sei se quando ele viu minha mãe não entendia que eu estava ali, mas isso aí é hora de minha pessoa criar asas.

Quero tanto sair dessa casa.

Cansei.

A verdade é que tenho família mais não. Não tenho afeto não, só suporto.

A mais ou menos é minha mãe, ou acho que minha mãe não tá muito longe de bater as botas eu falei isso pra ela, não sou de falar nas costas.

Quando a ambulância chegou agorinha nos meus sonhos meu padrasto tomou uma atitude de que eu realmente não tinha noção dos meus atos, que aquilo não era voluntário, dois rapazes de uniforme seguravam meu braço e meu padrasto ajudava um dos rapazes aplicava uma injeção no meu braço igual quando eles aplicam nas onças ou nos animais selvagens quando são capturados.

Não sou segunda opção na vida de ninguém

 Bem, ninguém tá lendo mesmo isso aqui, tenho certeza então bom que falo tudo o que estou sentindo.

Durante os anos esse Blogger tem sido útil de muita terapia para mim.

Ando chateado com um processo de relacionamento, se eu não me valorizar ninguém vai.

Ontem, família veio pra cá, eu não tava afim de ver ninguém e como dividir casa tem que aguentar muita coisa decidi sair.

Sem nenhum centavo no bolso fui e voltei a pé do meu bairro até o centro da cidade pra quem faz isso de bicicleta a pé não é tão cansativo, só mais longo e demorado.

Além do centro da cidade passei no Brasil Park shopping e na quadra de basquete da Santa Maria.

Enquanto eu estava lá com fome, sede me virando pelo bem estar dos outros que queriam se tumultuar, eles estavam todos aqui.

Me chateia mais uma vez minha mãe, sabendo que eles viram pra cá ela acordou bem cedo para arrumar as coisas, mas isso não adianta nada sendo que toda a louça do almoço que não participei ficou pra mim lavar.

Vocês acham que eu vou lavar?

Eu não gente, só passei pano na casa.

A gente tem que ser de verdade quando ninguém vê, agente tem que agradar quem tá dentro e não quem vem de fora, tô cansado disso.

Dia que não vem ninguém aqui ela acorda quase onze horas isso sem falar tem dia que nem levanta.

E sabe quando você percebe que a pessoa tem preguiça ou desinteresse de falar com você?

É o que eu percebo na minha mãe, tipo aconteceu o almoço, lógico falaram muitas coisas. 

Eu perguntei pra ela, mãe como foi o almoço o que vocês conversaram?

E ela, nada, sabe com pressa de comer a comida dela e ir deitar, completamente desinteressada pela minha pessoa e as vasilhas e louças do almoço todas sujas lá na pia.

Ai hoje, segunda feira sobra tudo pra mim a gandaia do domingo deles como se eu fosse uma escrava.

Ah, Dudu mas você não trabalha é sua obrigação cuidar da casa. 

Gente, não é bem assim, quem tem casa é família aqui sabe que é uma parceria e respeito. 

Tipo eu não deixo nem a vasilha do miojo que eu como na pia mas, pra eles parece que é obrigado pra mim limpar. 

Não vou lavar, vão pegar aquela vasilha de maionese lá que eu nem gosto e vão se virar. 

Se besta, sou otario não. 

Não quero é não vou ser segunda opção na vida de ninguém não. 

E ela tem muita coisa pra contar pro meu pai sobre os netos, aliás isso interessa ela, não é como venho enxergando no caso em relação a mim. 

Tô cansado dessa casa aqui, quero ir embora. 

Não, semana passada foi a semana todinha sem chuveiro, eu esquentando baldes de água pra tomar banho, uma luta e no único final semana por que meu pai viu que a neta ia querer tomar banho arrumou o chuveiro. 

É desgastante sabe, saber que ninguém te valoriza.