ULTIMAS ÁGUAS DE
NOVEMBRO
00h59min
01/12/16
Meu instinto maternal do tipo O negativo mais uma vez foi
mais forte.
Matando o bebê para não ver crescer a anistia desse incesto
de paixão.
Não sou o protozoário de cargas de prazer e nem a reprodução
de sua continuada ideologia luciférica.
Tanta água sendo tirada do pano para o balde e o pensamento
longe do que nem existiu.
Ainda está úmida a parte da cama que virei da parede.
Mudei as coisas de lugar tentando melhorar a energia
vampírica pesada acumulada o cheiro de mofo.
Organizei as roupas e amanhã quero ir num preto bem folgado
e talvez só um laço vermelho nas costas.
Matei o bebê e foi melhor assim.
Eu não seria feliz me preocupando por dois.
Grande parte das vezes o meu quarto inunda de água da chuva.
De acordo com a posição a água entra mais.
Meus sonhos não permitem um fruto desse desejo.
A realidade não consegue conceder esse delírio de te amar.
Friamente tentei parecer não me importar, mas os pés da
criança no vaso sanitário eram os seus.
Fechei a porta e não olhei pra trás.
Portador da maldição e do desejo por sangue já estou há um
tempo.