Dias horríveis

Acabei de sonhar minha avó pagando minha passagem de ônibus e me levando pra casa dela , como ela fazia.

Literalmente é muito triste pensar que ninguém mais fará isso, que ninguém mais trará o salgadinho de requeijão da Elma Chips com um tampouco de laranja para mim.

É triste pensar que você está super sozinho e que ninguém mais se importa.

Ontem minha mãe tinha me dado umas roupas de natal porém tudo grandes e erradas a calça era 40 já que sou bem magro e as blusas dava dois de mim dentro.

Como sou muito magro na forma de homens só roupas de adolescentes de 14 anos ficam bem no molde do meu corpo.

De manhã eu ia trocar sozinho e ela não queria ir comigo sendo que nunca tira tempo pra mim e me coloca como último das opções eu comecei a reclamar o que fez ela ter o esforço de me acompanhar nas trocas de roupas.

Chegando lá de cara já achei uma calça 38, "acho que ela pegou com muita pressa não escolheu, faltou carinho e meu pai não queria esperar."

Mais um pouco achei camisetas bem mais ajustadas p no meu corpo do que a que ela tinha escolhido.

Ela tinha escolhido uma blusa folgada verde militar na cor acertou mas tinha gola parecendo uniforme que odeio pois me sufoca.

Aí eu escolhi um tênis também, e ela disse assim que tenho que dar 20 reais pra ela todo mês pra pagar, ela tinha me dado 50 reais pra mim pagar depois.

Gente, é horrível passar férias sem nenhum centavo no bolso.

O meu cartão alimentação não passa em loja nenhuma e nem catchup e nem requeijão tem mais aqui em casa, tá só no básico mesmo.

Meu pai é muito mão de vaca comigo, nunca me deu nada, hoje vi que ele mandou um dinheiro pro cara que me ameaçou de morte porque o aluguel dele ia vencer e não tinha grana.

Queria ver se fosse eu, ninguém me ajudaria, concerteza.

Mas tô nem aí pra eles , quero que se explodam, um verdadeiro tanto faz pra mim.

Não me importo e quanto mais longe de mim melhor.

Se ele for voltar, que o avião caia mas perto de mim não quero ele mais nunca que ele volte quando eu estiver seguro e conseguido a minha casa.

Comprei um Kindle eletrônico e estou lendo o livro das paquitas esse tem sido meu passatempo e depois vou ler Rita Lee o que tô conseguindo pegar de documentos gratuitos tô lendo mas comprar livros caros pra ler no Kindle ainda não tive coragem.

Lá na empresa querem fazer uma festa mas eu não vou, amigos amigos e negócios a parte, o Eduardo me decepcionou muito estes dias, o problema é dele, eu sei que qualquer técnico de produção que estiver ali eu vou dar o meu melhor.

Mas percebi que ele mistura o emocional com o profissional e isso é uma das coisas que odeio fazer.

Tanto que por isso detesto trabalhar com família.

O Eduardo parece fazer festinhas fora do expediente com outros colegas de trabalho tem um lá que é um chaveirinho dele que parece levar para boates, orgias e festas.

Enquanto a esposa está com a filha de resguardo aceitando a modernidade dos relacionamentos de hoje, resumindo o caráter dele é horrível.

Não adianta uma pessoa ser bonita, musculoso, e ter o coração tão moleque e desrespeitoso.

Definitivamente esse não é o tipo de caráter que quero do meu lado em nenhum tipo de parceria.

Eu não sei como vai ser quando ele voltar, eu gostaria que o Franklin promovesse a Karla para continuar com a equipe porque sinceramente ela é mais funcional e justa.

Eu não precisava me preocupar com as dúvidas da documentação porque ela me ajudava sem eu pedir.

Eu acredito que interiormente eu me tornei um dos favoritos dela também.

Eu acho que já tá na hora do Eduardo se tornar um coordenador de produção, é gente, esse jeito desligado dele vai dar mais certo, vai ter mais malandragem prós horários com os parças nas noitadas.

Vocês não acreditam que o Eduardo queria fazer a festa do pessoal na casa dele e pode ser que provavelmente aconteça lá.

Não vou de forma nenhuma, acho super horrível misturar as coisas, perde o respeito com a gente.

O dia que eu quiser me divertir ou conhecer pessoas tem um mundo lá fora sem ser o pessoal da empresa que vamos falar a verdade alguns são umas cobras.

Algumas coisas nesses momentos que o Eduardo estava de férias me deixou triste como o Lucas desrespeitar a Karla só por ela ser mulher e dar chiliques de querer como se fosse uma criança birrenta.

Eu nunca vi na minha vida o Lucas enfrentar o Eduardo como fazia com a Karla.

E fazia tudo com má vontade como se ela não tivesse espírito de liderança.

Gente pode estar o Eduardo, a Karla o papa Francisco ou mendigo da rua de baixo de técnico eu vou dar o meu melhor.

É tudo igual, eu ainda quero ter a oportunidade de falar isso pro Lucas.

Disse que o Lucas é Uber e ele deve ser aqueles homens super ignorantes no trânsito concerteza.

Esses dias pra trás estava com dúvidas e fui perguntar para o Lucas ele me tratou com indiferença como se não se importasse e não me respondeu, o colega dele o Douglas que ficou sem graça e falou por ele.

Depois desse dia eu deixei de perguntar as coisas para o Lucas.

Só se for muito mas muito necessário mesmo.

Então é Natal

Hoje foi o último dia da empresa antes das férias coletivas, um bom dia pra vermos como realmente é o caráter das pessoas.

Hoje quase não tinha produção e a intenção era lavar as máquinas e insulfimar pro descanso das estufas, nas férias do Eduardo a Karla ficou com a gente e foi uma mãezona.

Tudo que faltava no Eduardo de igualdade, atenção aos detalhes e compromisso encontramos nela.

Coisas que eu não entendia como os processos da estufa e ela me contou uma história como uma mãe ou professora de jardim de escola, entendi que tem os ciclos dos medicamentos e aonde agente fica é igual forma de bolo, primeiro tem a aeração que solta o excesso de álcool, depois o aquecimento que prepara pra ficar na temperatura certinha pro bolo e depois a secagem que deixa o produto nas normas depois vem o resfriamento que depois da amostra liberada descarregamos.

Lá me senti importante, criaram um login com senha pra mim mudar pra mecher nós computadores das estufas meu é 5123 que é minha matrícula e a senha que escolhi foi Eduard 33.

É interessante pensar que nunca errei meu nome com o antigo de tão bom que foi a troca nesses dias já me ambientei na neuroplasticidade dos anos de tanto assinar Eduard Bragança nas documentações.

Enfim, pessoalmente pra mim eu e a Karla começamos a nós dar muito bem e gostar um do outro, eu não tinha medo de perguntar as coisas que eu tinha dúvidas porque eu sabia que ela sempre iria me ajudar. As documentações pra ficar mais rápido muitas vezes ela já fazia pra mim sem que eu pedisse, coisas que o Eduardo nunca fez.

São modos diferentes de dirigir equipe enquanto Eduardo é um pai desligado a Karla é aquela mãe de todos os lares.

É triste observar que por ela ser mulher outros funcionários não respeitam o Lucas grita com ela e faz chiliques coisas que ele nunca fez com o Eduardo e nem faria.

Todo mundo ficou super rápido só de saber que depois das divisões das tarefas todo mundo iria embora mais cedo, a equipe se dividiu e eu fui sozinho pra sala de lavagem lavar as bandejas de Algy Flanderil e muito álcool forte pra soltar o medicamento da bandeija.

Cheguei em casa e meu pai e minha mãe estavam arrumando a casa , coisa que não fizeram o ano inteiro.

Sim, eu cuidei da casa o ano inteiro.

Eu sabia que estavam arrumando porque viria alguém pra cá, compraram comidas, carvão o que não vinha acontecendo a um bom tempo.

Mudaram móveis de lugar, eu nem ajudei pois nem vou participar mesmo.

Agora estou no meu quarto e eles devem estar lá fora com a família deles, aqui tudo apagado enquanto escrevo no celular e abafador de ruidos pra não poluir minha mente com conversas externas que não me interessam.

Aqui em casa , é assim o ano inteiro só legumes de doação nas cesta ou geladeira e quando vem alguém diferente enche de comida nova de novidades.

Mas o ano inteiro quem viveu a verdade do processo fui eu.

Foi um ano muito difícil, mas de muitas vitórias também.

Tenho alguns números jogados na mega sena e pode ser que minha vida mude se sair minhas apostas.

Chuva no telhado e coração esbagaçado

Uma coisa que eu sei pegar bem é quando uma pessoa mente muito mas muito mal.

Eu não sei porque estou triste com essas coisas que não estão nem aí pra mim.

Mais uma vez eu me encontro num dilema que vivi interiormente sem falar pra ninguém.

A chuva cai no telhado e eu pensando em relações e possibilidades de fantasias difíceis para mim.

Dificuldades de relacionamentos de entender realmente a percepção das pessoas a meu respeito.

A verdade sem fantasias é que sou um jeca, careca que ninguém quer nem conversar porque tem vergonha.

Tudo que eu queria nesse momento da minha vida era ser como robô e não ter sentimentos com ninguém mas eu sinto necessidades fisiológicas e vontade de tocar outro corpo de me relacionar com alguém o que quase nunca acontece.

Eu estou triste, porque o caráter da pessoa que eu esperava mais vem me decepcionando, eu queria fechar meus olhos e fazer a cega mas eu me machuco.

As atitudes pro momento que ele está vivendo são monstruosas mas são o que ele é na verdade.

Um vaidoso, egoísta, manipulador inteligente emocionalmente e muito mas muito vivido nessas ruas de Anápolis.

Não é o tipo de homem ou caráter que eu gostaria perto de mim nesse momento.

Aliás eu acho que é impossível.

Nem tanto é sexo, eu tenho vontade de ficar abraçado conversando com alguém que me agrade num banco de praça mas tá muito mais fácil eu pegar meus cachorros e ir passear lá sozinho.

Isso é quase impossível.

Eu não quero que ninguém desenvolva afeto forte por mim por pena, quero ser forte e conseguir tudo sozinho sem precisar da ajuda de ninguém e isso vale até pra família.

Tô me isolando faz tempo? É melhor mesmo porque só eu sei aonde a ferida do mutante X-Men aqui arde.

Eu quero me dedicar as minhas plantas, meus projetos porque de relação é quase impossível ter um cara nas características que eu quero.

Ainda mais no mundo gay que é uns dos mais infiéis do universo, as vezes o cara é bombadão mas é podre por dentro e mais fêmea do que eu que falo fino, é complicado demais esse mundo colorido nosso.

Eu posso tentar ser o homem que eu gostaria que existisse para mim.

Um homem: Honesto, fiel, sincero, que gosta de defender desacreditados, palmeirense, que ama a flora e fauna, que gosta de organização e reciclagem tanto emocional quanto materialmente.

Me assusta como as relações são descartáveis, aquele copo de coca cola que vocês descartam todos os dias eu venho plantando as sementes das frutas que estou experimentando.

Meu coração está tão quebrantado, eu choro tanto as madrugadas porque não tenho ninguém pra conversar ou pedir ajuda.

Eu não vou deixar meu nobre coração sofrer por uma pessoa que está fazendo coisas tão feias, talvez isso seja normal para todos os homens e aliás fisicamente eu estou precisando fazer isso mas acho que vou comprar meu primeiro brinquedo sexual mesmo pra ver de qual e eu espero mesmo que essa embalagem seja muito discreta.

Eu sou igual a Mariana Martins quando agente fica frio o profissionalismo sai muito melhor quase exemplar e eu quero focar nisso.

Vou entrar ali pode ser João num dia Joaquim no outro e Maria Francisca no outro meu serviço continua o mesmo porque nem faz diferença pra mim.

Se eu não tentar mudar de vida ninguém vai me ajudar mesmo, depender deles vou ficar ali a vida inteira.

Mão de Vaca

Hoje eu levantei mas perdi a vontade de levantar e voltei para o quarto.

Eu mandei a foto no whatsapp do meu pai falando de um moço que tava vendendo um machinho Bull dog francês e pedi a idéia do meu pai pra ver o que ele achava.

Moço, começou fazer mil desfeitas, que o cachorro não era 100% de raça que original mesmo era uns 3.000.

Aí isso me estressou e falei pra ele "Então investe aí me ajuda comprar um cachorro original." Bicho mão de vaca, se tá é louco.

Minha mãe veio falar pra mim mas eu falei pra ela que ele era muito mão de vaca e é mesmo gente.

Mas eu vou ficar quieto aqui quero nem ver a cara desses desgraçados, dia se conseguir mudar de casa eu vou ser feliz, ele veio jogando indireta que meu cachorro incomoda mijando pela casa e ninguém fala pra ele o tanto que aquelas galinhas intermináveis irritam agente.

Eu vou me fechar no quarto, é mais saudável, lá fora ninguém tá nem aí pra mim.

Tenho tanto orgulho de ter deixado minha cesta com quem realmente está desamparado como estou, se ele quiser um farto natal que banque com o trabalho dele como faz comigo.

Quando eu mudar dessa casa vai ser o dia mais feliz da minha vida, posso imaginar eu, Luna e Minnie e os louros indo embora deixando esses demônios encher a casa de netos.

E eu vou viver minha vida, organizar tudo do meu jeito, mandar finalmente essa é minha necessidade.

Enquanto estou na casa dos pais de favor, tenho que ficar quieto no meu canto e aceitar tudo com humildade a casa não é minha.

Vocês não sabem quanta humilhação eu já passei, os trem aqui em casa tudo faltando e eu percebendo que tipo ele tá ligado no foda-se pra mim.

Ele deu o nome a mim só pra conquistar minha mãe, mas minha história é outra minha verdade é outra e não sei o triste é que parece que vou morrer sem saber, quem sou, da onde vim e porque da minha personalidade já que tenho um lado metade completamente desconhecido.

É super importante para uma pessoa saber a verdade sobre sua vida, quem foi e como foi a história da sua família antiga.

Minha mãe é outra pessoa que eu não confio mais, se eu me tornar um empresário as funcionárias que tem ou vão ter filhos não irão fazer parte do meu quadro de funcionários.

Porque não faz parte do direcionamento que a minha empresa busca e a mulher com filhos ela se amplia demais para os lados.

Falei isso porque além de mim minha mãe tem dois filhos.

Um se ela contar pra ele aonde eu moro e que consegui melhorar de vida por milagre no outro dia paga um assaltante pra me matar e roubar ou sei lá se pessoalmente vai lá cometer homicídio, eu não confio, foi a primeira pessoa a me ameaçar de morte e quem estudou e acompanha os casos de feminicidio sabe que essa frase está sempre nos relatos das vítimas que estão fazendo parte da grande estatística de violência.

Acontece o seguinte pessoal, as coisas estão difíceis e o mundo cada vez mais competitivo e todos os espaços sendo incrivelmente disputados.

Quando meus irmãos começaram a arrumar filhos igual rato eu estava num momento maravilhoso vocês não tem idéia, minha mãe enfrentando um câncer e eu tava na faculdade levando altas rasteiras da malandragem humana, eu estava vivendo um mundo empresarial de forma muito mais sério.

Ontem, tinha um homem aqui na porta antes de eu sair para o trabalho mesmo com a Luna latindo sem parar ele não saia da porta. Deu a hora de eu ir pro ponto 4 da manhã e eu tinha que ir e ele tava lá sentado embaixo do pé de cajamanga mechendo no celular, ao trancar o portão e passar por ele deu vontade de falar "o que vc quer aqui?" Mas foi melhor não, nem sabia se estava drogado ou efeito de alguma substância.

Fiquei com medo porque estava sozinho na rua, quando dei uns 28 passos ele se levantou e começou a me seguir, eu falei na minha mente:

"Não posso ficar no ponto porque se ele vir de corpo a corpo em mim não vou conseguir me defender."

Aí eu comecei a ir pra um lugar mais movimentado se a rota passasse eu pediria pra parar pra mim, depois que vi que ele foi embora eu voltei para o ponto.

Cesta triste de Natal

Esses dias lá na empresa tem sido tudo diferente, o Eduardo está de férias e a Carla está liderando a equipe.

Diferente do Eduardo a Carla é atenciosa, trata todo mundo com igualdade e não gosta que nenhuma vírgula saia errado na documentação.

Particularmente tem sido melhor e mais justo pra mim a presença dela lá, a minha máscara tava toda arrebentada ela reclamou e me deram novos filtros e capinhas pra eles.

Tem dias que é estressante final do turno a Carla me chamando dum lado e o Lucas do outro.

Posso dizer que já admiro a Carla, eu gosto muito do Eduardo mas são jeitos diferentes de trabalhar.

O Eduardo é aquele cara macho que já foi como nós um dia por isso não põe pressão em ninguém porque sabe como é, outra coisa bacana nele é o amor, ele se entrega emocionalmente e profissionalmente misturando as coisas.

Já a Carla ela é justa e igual com todos da equipe, se eu fosse o gestor seria o contrário porque a Carla estaria mais preparada para o cargo que o Eduardo.

Tem vezes na hora de ir embora quase perco a rota porque estou tentando resolver todas as documentações enquanto todo mundo tá indo embora.

E direto a Carla me chamando pra assinar algo ou olhando se já terminei algo pra já colocar o próximo lote.

Eu estou gostando muito de trabalhar com a Carla.

Hoje foi dia 14 depois de ficar por último tentando resolver aqueles documentos japonêses de todas as estufas as OEs fui descer pra baixo no estacionamento pra pegar a cesta de natal.

Chegando lá uma fila e assinei e fui pegar as coisas, gente que cesta pesada tinha 6 coca colas, uma sacola vermelha Perdigão, um balde decorado cheio de alimentos o Franklin ficou abraçando todo mundo e entregando uma lembrancinha fofa de natal.

Então, na hora que eu peguei a cesta e senti o peso eu falei "não vou dar conta de levar." Pra chegar na rota eu teria de carregar e andar uns 40 passos largos.

E descer com isso no meu bairro mais vergonha ainda, eu sou sozinho e não tenho ninguém pra pedir ajuda.

Enquanto eu tentava carregar a cesta outros rapazes já estavam sentados na rota com suas cestas já pensando em si mesmo.

Parecem jogadores de basquete de tão fortes, o João Vitor e o Eduardo, eles acham que não percebi mas via os dois rindo de mim enquanto eu tentava carregar a cesta até chegar na rota.

Eu acho engraçado que nem o João Vitor foi lá me ajudar, algumas mulheres esperavam seus maridos no estacionamento e outras planejavam ajudantes pelo celular enquanto o meu estava em casa desligado.

Eu colocava num saco e a cesta rasgava de tão pesado uma moça lá me deu idéia de colocar no carrinho de mão e foi o que eu fiz.

Ao chegar perto da rota eu falei para o tio que leva agente que ia deixar umas coca pra ele lá que era impossível eu carregar esse peso sozinho.

O Natal é mágico e sincero e me mostra o quanto estou sozinho e isso até me faz bem.

Antes de descer da rota eu deixei umas 4 coca colas lá no banco que eu tava sentado, um engradado de cerveja, o que tava mais pesado.

Eu não sei quem ficou, dei duas cocas para o João Vitor se bem que não merecia.

Depois cheguei na praça com algumas coisas ainda , sabe nunca fui apegado com comida acho o básico a todos.

Eu abri uma bolsa vermelha da Perdigão e tirei umas carnes pesadas lá de dentro e deixei sobre o banco da praça, tirei outros alimentos e cheguei em casa só com o mais essencial para mim.

As lembrancinhas eu fiquei, os alimentos pesados não.

Temos que levar só o que agente dá conta o que nos faz bem.

Espero que alguém que precise encontre os alimentos.

Eu imaginava a cesta mais leve eu deixaria na casa de alguém simples e necessitado, ou se eu morasse sozinho até pensaria em ficar, mas no mood que eu tô isso foi o mais saudável.

Outra coisa legal que aconteceu colocaram senhas nas estufas pra mim usar hoje coloquei minha senha é Eduard33.

Meus periquitos australianos estão botando pela primeira vez e vou ter que arrumar outra gaiola.

O Franklin fez uma reunião eu sou mais novato e ele falou que não está conseguindo contratar e que provavelmente o nosso amado 12x36 vai acabar porque não está sendo lucrativo pra empresa.

Com isso todos nós vamos nos adaptar a rotina comum dos trabalhadores eu não sei se vai ser 6 por 1 ou 6 por 2.

Nossa 6 por 1 ali não é vida, vamos ver o que acontece.

Tentando falar com a minha avó

Nesses dias minha sensibilidade está a flor da pele por tanto não tente enviar um suspiro ou arrepio a um entro querido porque se eu for próximo posso sentir, acho rss.

Acabei de ter um sonho muito louco eu estava na empresa e ao mesmo tempo que era a empresa era um hospital.

No sonho minha avó estava viva mas cheia de agulhas furos, canos ligados por várias partes do corpo, mangueira finas nos pulsos melhor do que canos pra falar a verdade.

Eu empurrava minha avó tipo num carrinho de rodas que a minha mente criou de forma bem feita e falava pro meu pai que me olhava com pouca importância ou ciência não me dando palavras.

Eu dizia: "Pai, minha avó tá viva olha aqui pro senhor ver é só eu cuidar.'"

Minha avó estava desinquieta e eu falava vó não meche nas agulhas com medo das mangueiras ou canos moles sair do lugar e eu não conseguir reinstalar sem manuais ali.

Eu sabia que eu tinha que cuidar dela mas eu não entendia nada, tinha feridas nos pulsos secas que eu pensava em passar alguma coisa pra não infeccionar mas o jeito que estava na mão dela tava até de casquinha,aquelas quando agente rala o joelho.

Depois parecia que todo mundo tava indo embora com suas coisas e esquecendo de tudo preocupados com as suas coisas pessoais e eu também tava aí eu olhei pra minha mãe parece eu não via o rosto da pessoa e falei :

"Eu não posso ir embora eu tenho que ficar aqui pra cuidar da minha avó "

De última hora me veio, e eu comecei a voltar naquela trama que o meu cérebro foi criando e ao mesmo tempo que era esteira de produção se tornava escada rolante.

Uns lugares tava parado e outros eu tinha que ver se era descida ou subida.

Um rolo que não entendi.

Sei que cheguei no quarto quando cheguei lá no início eu perguntei vó cadê você?

Ela não estava mais na ponta do leito como na outra vez ela estava no canto e parecia só o corpo de bebê eu fui chegando perto e minha avó se transformou numa caixinha bluetooth de fralda só com a foto dela bem pequena.

Tinha tipo aqueles popom usado de bebê escova macia e eu tentava falar com ela.

Saia gel , álcool em gel da fralda geriátrica de bebê como se fosse fezes da caixinha bluetooth.

Eu falava vó onde a senhora está?

Ela me falava, "Dudu eles me jogaram num buraco preto."

Falou duas vezes, eu não conseguia entender eu falei algo de tentar achar o lugar mas era sem lógica naquela dimensão ou lugar astral que me encontrava, a caixinha começou falhar, chiar e cortar a ligação.

Summer Dies

Hoje cheguei lá na empresa e fui arrumar os cadernos como sempre, o Eduardo chegou um pouco atrasado e pegou meu número para me colocar no grupo da empresa, ele estava usando máscara e dizendo pra mim que estava usando por causa da filha dele que ele estava gripado.

Bem, já que vocês não sabem uso máscara o tempo todo.

Teve uma reunião lá e disseram que talvez vai ter cortes e que talvez nosso 12 por 36 vai acabar.

Nossa. É tão bom trabalhar um dia e folgar no outro.

Me lembro quando trabalhava na Brain Farma ou na loja e folgava um dia era escravidão. Agente não descansa.

Agora na Sofity era 6 por 2 então por mais que fosse batidão dois dias dava uma brisa de descanso.

O Franklin está abalado houve uma contaminação cruzada na produção e ele como coordenador a culpa e stress ficou tudo nas costas dele.

Mais tarde eu estava tentando controlar a água da sala de lavagem e o Eduardo foi me ajudar e deixou a amostra dele cair bem na água, nossa ou deu uma dó.

Acho que também estou gripado, hoje não fumei porque estou sentindo problemas respiratórios e vou parar de fumar.

Lá agente usa máscaras pra não ficar respirando pó químico mas a minha tá estragada e estou respirando muito medicamento e acho que isso está me fazendo mal também.

E tenho que ter cuidado pois é muito pó e indo pro pulmão pode matar aquilo aqueles pós tudo que agente meche são drogas.

Aí dia dia 26 todo mundo vai entrar de férias de novo mas eu nem tô empolgado não.

Aí mais tarde, o Eduardo tava falando alto no vestiário coisas como que já tem a filha dele que já está bom e que quer ficar sozinho "o que eu já sabia", falou coisas de sexo tipo de ter esperar a cicatrização do parto, boatos de que a vagina fica larga.

Deixando claro o tipo de caráter de homem solitário e independente que ele sempre foi, o tipo de homem que uma barriga não segura, e filha também não.

O Eduardo não parece ser aquele tipo de homem que fica com alguém para agradar, ele gosta de se exibir de se mostrar.

Ele é um egoísta de amor próprio, por isso foi tão difícil pra ele aceitar que estava chegando um ser tão dependente dele.

Percebo que muitas coisas estão cansando ele, coisas de ir ao hospital com esposa e filha fora de hora, noites mal dormidas trocando fraldas.

Eu conversei com ele por mensagem e falei a ele que eu não suportaria essa situação.

Aí ao chegar em casa vi o grupo que ele me pôs e bem no grupo tem a foto dele com a mulher dele uma ruiva que parece ser um pouco velha, eu fiquei olhando um tempo a foto dos dois e um bom tempo o rosto dele e depois comecei a olhar as fotos dos outros membros do grupo.

O Eduardo está organizando um churrasco na casa dele pra confraternização mas eu não vou porque sei lá, não rola.

Meu esforço vai pra quem todo mundo está dando as costas

A pessoa que todo mundo está dando as costas é quem eu vou ajudar.

É quem merece o meu esforço porque eu sou isso.

Na verdade fazendo isso eu estou reafirmando meu amor próprio.

Sabem porque?

Porque isso sou eu, quem todo mundo está ignorando sou eu.

Eu não vou falar pro pessoal pra não ficar parecendo desfeita porque todo mundo quer uma cesta boa de natal igual vai dar na empresa mas a minha eu vou doar pra quem está precisando muito e não tem ninguém pra ajudar.

Minha mãe tem meu pai pra ajudar ela, eu estou igual essa pessoa que vai receber a minha cesta.

Eu nunca tive egoísmo com comida e acho que isso deveria ser a coisa mais básica das nossas relações.

Foram muitos anos tristes passando sem ter nada e não vai fazer diferença nenhuma abrir mão de ter tanta coisa que nem vou comer pra ajudar uma família que precisa mais do que eu.

Eu não sei gente, talvez eu deixo na praça e o destino se encarrega de achar o dono.

Gente, tô tão assim ligando o foda-se pra vida que tenho coragem eu passar no sinaleiro dar meu salário mínimo pro cara que vende balinhas como eu já estive um dia.

Ou então quando eu receber próxima vez chegar na lotérica tio patinhas que é minha preferida fica perto da Big lar, pegar vários jogos quase meu salário inteiro e ficar jogando combinações diferentes na mega sena na esperança de ganhar na teimosinha e mudar minha vida.

Aqui em casa não merece cesta do meu esforço e eu não vou dar, vai se virar igual fazem comigo.

Não é justo.

Eu vou ficar me matando pra agradar quem tá fazendo pouco caso de mim?

Eu não, vou me amar.

Ontem, eles foram almoçar na casa dos parentes minha mãe e meu pai eu fiquei aqui como sempre tinha a janta de ontem pra esquentar eu comi fria mesmo só pra matar a fome o feijão parece tava azedo e foi assim mesmo.

Depois tomei banho e fui dar uma volta pelos bares do bairro, foi triste.

Eu tão sozinho as coisas tudo do mesmo jeito.

Andando, andando cheguei no Caic e a porta tava aberta, como tava vazio e fazia uma década que não ia aquele lugar que fez tão parte da minha história resolvi entrar lá.

O álcool, o vazio a falta de ter com quem falar me fez ter vontade de conversar, de desabafar.

E eu falei em voz alta com "deus" com o Espírito Santo, com o além, eu pedi a ele que se ele existisse, na verdade desfiei ele que me ajudasse a mudar minha vida.

Contei tudo que eu estava sentindo eu falei espírito santo de Deus com tanta vontade e clamor eu rasguei meu coração quebrantado ao universo.

Eu falei a "deus" que não tinha nada a oferecer a ele que não tinha mais ninguém que tinha ou tem afeto por mim, toda a verdade que eu estou literalmente sozinho criando casca pra enfrentar a verdade da minha vida.

Na relação as pessoas os filhos se desprendem dos pais como frutos para serem os avós das famílias deles a árvore dos frutos deles e é natural o distanciamento porque cada um cuida do seu núcleo.

Lá falando com o além eu tava tão anestesiado pela vida que não consegui chorar na intimidade eu simplesmente consegui falar como estava me sentindo como não fazia a muito tempo.

O lugar estava profundamente sozinho e em silêncio, parecia abandonado exatamente como eu estava me sentindo.

O dinheiro mudaria tanto a minha vida, a minha solidão seria menor porque eu poderia pagar cursos para não me sentir tão só.

Trabalhar é tão bom pra mim, eu vejo pessoas, gosto de andar de ônibus encostado na janela vendo as coisas de fora.

Acho que mesmo se eu ficar rico, não quero sair do meu trabalho porque é minha interação social.

Vamos supor que fico rico, monto minha loja de plantas, aí aquela solidão horrível de mundo fechado mesmo se a loja estiver aberta pra visitas ou assalto.

A solidão tem sido uma coisa que me machuca muito, mesmo eu gostando esse excesso de ficar longe de todos me faz mal.

Eu sinto necessidade de tocar um corpo de me relacionar com as pessoas.

Estou escrevendo isso agora de madrugada no quarto escuro e vocês não sabem como estou vazio.

O traveco que fui ontem faz parte da força emocional do hoje

Eu não quero me apegar a nada.

Quando começo a amar as pessoas eu quero cuidar, possuir, ter posse e isso não é saudável. 

Quero me quebrantar mais ainda, fazer aquelas meditações japonesas que agente deita no chão como um vaso de barro todo quebrado ou um saco de lixo que ninguém se importa e parecer que não estar ali mas estar sentindo todas as emoções, o calor, o frio, o descaso, a i diferença.

Quem muito rejeita na grande parte das vezes foi friamente muito rejeitado na vida.

Eu não quero começar a sentir essas coisas e apartir de hoje estou me libertando desse sentimento doentio que me acompanhou por toda adolescência e infância. 

Na juventude do céu eu fazia minhas lonas azuis o circo da vida o palhaço das emoções era meu interior conturbado. 

Aquela pessoa que ninguém queria ficar perto pelo que os amigos ou pessoas iriam dizer, aquela pessoa que se importa em queimar o filme fotográfico de um casamento ou festa social. 

Nunca agradei, vontade eu tinha mas nunca era a pessoa que todos se sentiam bem ou que fosse comunicativo, eu tentava no meu máximo. 

Quando eu sinto esse tormento eu foco no que estou sentindo e começo ver detalhes deve ser o tal do "hiper foco" ai mesmo a pessoa dando indiretas de pix ou separando bem não adianta que eu pego a tendência direcional de hábitos.

Ainda mais se eu fazer parte de grupos de Whatsapp ou redes sociais.

Então o mais saudável pra mim é não participar pra mim não ficar olhando ou percebendo as coisas que não é do meu interesse e quem nem devo me importar. 

As pessoas querem pessoas descontraídas, alegres, divertidas e na boa eu não sou, nunca fui e talvez nunca seja futuramente. 

Eu preciso tocar pessoas, estou muito sozinho e carente mas quando vejo a falta de compromisso e caráter que as pessoas tem hoje em dia a minha vontade de não me entregar a esse social só aumenta. 

Com a morte da minha avó família pra mim se reduziu a minha casa meus pais e só. 

Irmãos crescem e o saudável que criem as colônias deles em distância sendo assim os novos avós e pais rodeados de suas crias.

Isso é um movimento natural, eu estou jogando tanto na mega sena.

Estou com vontade de ir numa sauna sozinho pra ver como é. 

Uma vez um cara me levou mas eu tava muito bêbado nem curti direito.

Mas hoje não dá meu dinheiro tá muito pouco eu encomendei um óculos de grau, mais um rsss, que quando entro na claridade ele fica escuro e estou empolgado com isso.

Quero trocar de celular porque já faz quase ano que estou com um celular que nem tem cor vejo tudo meio rosa sei lá, verde nele é azul turquesa parece. Muito estranho. 

Então, é isso gente. 

Não quero amar ou gostar de ninguém e estou pondo ponto final nisso hoje. 

Não sou mais adolescente e não quero ficar sofrendo aí como sempre foi, só nos bares bebendo e chorando.

Não ,quero isso pra minha vida mais não.

Vou ficar só, tá triste? Vai cuidar das plantas e limpar a casa.

Tá  carente? Compra um vibrador.  Aliás isso é uma boa nunca tive.

Amor próprio, e reinado em andamento

Agora eu estou entendendo as coisas.

Eu ficava tipo porque aqui em casa tá faltando tanto as coisas básicas sempre?

Porque o encanamento da pia da cozinha e do chuveiro estão sempre horríveis?

Meu pai, ou melhor o esposo da minha mãe está arrumando um carro e acredito que isso tem tirado o básico de casa.

Eu acho errado.

Igual eu falei hoje pra minha mãe, eu lavo as minhas mãos, aliás nem posso fazer nada mesmo o que eu ganho é a mesma coisa de se eu nem trabalhasse.

Ele ganha um salário a mais que o meu, claro ele paga tudo que usufruímos energia, água e internet. 

Mas isso não faz me concordar com a administração, mas igual falei hoje pra minha mãe. 

Dia que eu morar na minha casa todo mês arrumo alguma coisa enquanto tiver na casa dos outros tenho que aceitar o ritmo deles.

Sem reclamar, porque a vida e a casa é deles, portanto pode o muro cair o portão ficar todo remendado mais que já tá, tô nem aí porque se eles não estão preocupados com a casa não sou eu que vou ficar.

Dei 700 reais do meu salário mínimo pra eles juntar pro portão, gastaram com necessidade, de boa eu dei não falei nada mas observei.

E durante esses dias não vi nem ele e nem minha mãe pesquisando ou indo atrás de portão ou de vontade de arrumar. 

Então, não sou eu que vou me importar. 

Vou deixar se lascar, meu dinheiro tão pouco e eu arrebentando minha coluna lá naquele emprego com um monte de gente que não tá nem aí pra dar pra quem também não tem planejamento e tá nem aí pra mim não dá mesmo. 

Ai volta a parte do amor próprio de lembrar daqueles dias sofridos de pandemia que eu estava encolhido no canto sozinho parecendo um móvel velho. 

Se eu não tentasse fazer o meu cadastro sozinho com amor próprio sem pensar nos outros eu não teria nada.

E é isso que tá acontecendo agora, enquanto eu não parar de pensar em quem não gosta e não tá nem aí pra mim eu não vou crescer.

Mais tarde vou conferir uns jogos da mega sena.

O que vocês acham que esse carro vai trazer de benefícios pra mim?

Nenhum, vai trazer é sofrimento e incômodo porque com esse carro vão trazer capeta Sofia pra passar dia aqui, meu pai vai ter espaço pra fulga e traições, se depender de mim eu faria o preço desse carro ficar mais caro ainda e ele não sair da oficina.

Enquanto esse carro está lá, a encanação da casa está horrível, a pia está entupida, o teto cheio de goteiras e o portão vai desabar de tanta ferrugem.

Eu vou ser humilde, eu sou um nada moro de favor aqui e não posso reclamar de nada mas eu estou observando e sentindo tudo na pele.

Se eu adoecer ou qualquer emergência esse carro não vai me ajudar em nada.

O dia que eu quebrei minha perna na matinha eu não tinha ninguém para ligar pra pedir socorro. 

Então eu preciso a aprender a me amar muito porque ninguém tá nem aí. 

E parar também de tentar ajudar quem tá jogando meu esforço no ventilador. 

Esforço de arrumar as coisas que não saem do lugar.

Eu lavei as minhas mãos, isso me deixa muito triste.

Agora eu estou entendendo porque as coisas aqui em casa falta tanto.

Ai minha mãe pegou veio falar pra mim que como tudo aqui em casande mistura tá faltando que meu pai emprestou 350 reais pra ela, eu falei que ele teria que ter dado os 350 reais pra ela. Ele e o que mais ganha aqui em casa juntar meu salário mínimo com os 500 da minha mãe não dá o dele acho.

Eu quero muita humildade e vou ficar quieto no meu canto.

Minha única esperança é ganhar num desses jogos que estou jogando. 

Falar verdade pra vocês, de todos os lugares e empresas que eu passei essa é a melhor, mas agente não quer ficar a vida inteira sofrendo sendo peão dos outros. 

Eu quero ter dinheiro pra pagar cursos pra mim crescer na empresa.

Eu sei que vai ter dias que o Eduardo vai me humilhar muito, já tá começando acontecer, claro que vai nem chegar perto das humilhações que já passei em outros lugares e agente que precisa tem que aceitar e fazer o que eles pedem.

Injustiça tem todo lugar por mais perfeito que se tentar ser.

Eu tava vendo um post também de leis trabalhistas e eu pensei nas outras relações de trabalho que eu já tive, ou como eu aguentei a barra pra me firmar naquela loja fiquei quase dois meses tirando dinheiro do meu bolso pra pagar meus vales transportes que era obrigação deles fornecer, teve dia tava sem nenhum centavo fui a pé pro trabalho.

Eu tava vendo que isso dava tipo um pré direito, mas eu sei que no caso daquele momento eles tavam me testando e pra ficar ali no tempo que eu queria pra minha meta eu teria que ter muita humildade porque se não, não conseguiria.

De volta a empresa

Depois de 10 dias de férias coletivas dia de voltar pro trabalho.

Dias que fiquei só em casa, cuidando de plantas e vendo a chuva vir e ir embora. 

Um dia eu saí e tomei umas 51 e fumei uns cigarros pra relaxar um pouco mas sabe, foi melhor nem ter saído.

Nos dias que fiquei em casa não fumei nenhum dia.

Porque você saí?

Busca de prazer, de me socializar o álcool me relaxa , me dá coragem e tudo parece ficar mais alegre e fácil de encarar.

Eu já pensei outras vezes que no nível emocional que estou se eu fosse castrado eu viraria perto da perfeição em comportamento. 

A vida dos gatos aumentam quando são castrados porque diminuem suas saídas e brigas por sexo.

Sim, pessoal faz muito tempo que eu não faço sexo e sou humano sabe?

Eu nunca fui a um puteiro e uma vez só paguei um garoto de programa mas não deu certo porque hora cheguei lá o cara não me atraía e por mais que ele tentou eu não consegui.

Eu não vou me punir achando que o sexo é errado porque é uma necessidade que todos nós temos, a diferença é que uns sabem administrar melhor que outros. 

Eu sou um jeca mesmo, sabe aqueles gigolô aqueles abobados velhos e quase virgens que ninguém quer?

Pois é, esse sou eu.

Esse é o Eduard. 

Ontem ao chegar no trabalho eu fiquei admirado meu nome foi um dos poucos que permaneceu nas portas de algumas estufas, estava escrito Eduard/ Aguardando produto e a data e isso me fez perceber que quase não aconteceu produção.

Eu tinha ido com um óculos novo verde e diferente.

Quando eu estava na sala de lavagem ajudando o Douglas o Eduardo entra e fala que eu tava de óculos novo e eu falei sem graça sem olhar pra ele que ele é muito observador. 

E é mesmo, tanto que só de me olhar é capaz dele sacar outras paradas do tipo que eu não tenho aonde cair morto e que sou simples e que sei lá faltou pouco pra mim frequentar a APAE de Anápolis. 

Claro, agente quer mostrar que é normal que é adulto que dá conta de tudo sem precisar da ajuda de ninguém mas a verdade que moro com meu pai e minha mãe e que isso é uma vergonha muito grande pra uma pessoa que tem a idade que eu tenho.

Ou eu vou tão triste no ônibus escutando música pensando na minha vida.

O Eduardo está indo embora mais cedo e ele veio me cumprimentar antes de ir embora e quando ele pegou na minha mão senti outra energia não sei explicar. 

Tipo quando eu tocava no Junior da dona Chica.

E sei lá sabe eu sentindo que ele não tava bem, ele é igual eu e tiver grilado melhor ficar longe se todo mundo.

Ao chegar em casa mandei uma mensagem pra ele no LinkedIn e ele me falou realmente o que estava pensando.

Que ele tá quase surtando, que ser pai pra ele vai ser muuuito difícil como seria se fosse comigo.

No caso do Eduardo é como se ele destruísse toda a independência e privacidade dele que foi construída em anos em um novo momento e responsabilidades sociais.

Eu mandei um textão e ele me devolveu com outro textão.

Vocês não sabem ele falou que me exoresso bem com as palavras mas ele escreve muito bem também. 

Eu não vou entrar na vida pessoal dele mas eu acho que é melhor ele ficar sozinho independe da filha, ele pode tentar mas vai passar muita, muita raiva se tiver a personalidade igual a minha.

Sim, eu percebo que ele tá nervoso e estressado.

Enfim vamos deixar  Eduardo com esse problema enorme que ele encotrou pra vida dele e vamos voltar pro Eduard.

Eu fiz um erro grande lá na empresa tenho quase certeza que vão me chamar pra conversar, dar uma advertência ou sei la.

Quando eu tava abastecendo a estufa eu errei eu abri o lubrificante e coloquei a medida do produto nas primeiras quatro bandeijas, foi impulso, eu vi que o saco tava muito bem fechado e com dois lacres e mesmo assim achei que era o produto a ser abastecido depois de um tempo que fui prestar mais atenção e ver que fiz uma burrada muito grande, não era pra mim ter nem abrido o lubrificante, eu avisei o Denisson por cima que me deixou sozinho abastecendo e tentei voltar o que dava pro saco do lubrificante que não ficou mais tão bem fechado e comecei a reabastecer com o produto certo que não estava tão bem lacrado como o lubrificante.

Eu percebi que o pó tava bem mais fino que o produto que eu tava aacostumado. 

Ai fiz tudo e tentei resolver tudo, os lotes são muito caros e eles não gostam de erros assim, qualquer coisa no sábado vou ouvir.

Mas eu não sei se na hora que ele passar pelo aquecimento e aeração e depois resfriamento que eu sei é que as primeiras bandeijas que ficaram com um pouco de lubrificante vai dar uma consistência diferente mesmo eu tentando misturar o produto certo pra disfarçar. 

Eu tô com a consciência pesada mas quando eu vi já tava feito e só dava isso de concertar. 

Ai sabe eu não sei, essa parte minha é a secagem depois que o produto passar pela amostra de qualidade é descarregado e vai pra Normalização e lá eu acho que vão conferir a medida do lubrificante e vão perceber que alguém violou os lacres do lubrificante e qualquer coisa vou assumir porque realmente eu falhei feio.

Não é justo o Raick levar a culpa sendo que ele colou o produto certo e lacrou na manipulação e eu violei.

Eu tentei sabe voltar um pouco do pó mas ele é muito mas muito fino é menor que grão de areia.

Aí é essas latadas aí que tô encarando.

Ah quer saber, qualquer coisa eu errei tentando essa é a verdade mas eu tenho que prestar muita atenção ainda mais na hora de ir embora que agente vai ficando desesperado pra sair logo dali.

É tudo muito fechado aquelas máscaras quando o pó que é todo branco e entra na cara da gente deixa agente quase cego. 

Mas nada justifica né, a minha esperança é que realmente esse lote seja teste ou algo do tipo.