Hoje acordei muito triste, porque realmente como meus pés favelados sabem, dividir nunca é fácil.
Quando se chega numa situação dessas, você se separa com a sinceridade da vulnerabilidade na sua porta.
Num barco somente minha pessoa remando porque tenho ciência da correnteza que se aproxima não adianta.
Os outros estão pescando, acenando pra outras vidas espirrarem no ambiente.
Eles não acreditam.
Acustumaram a viver de ciranda, cirandinha e aí a tendência futura é bolha ou armadura de astronautas.
Não tem noção, ou realmente a maior verdade não tem respeito pela individualidade do outro.
Eu tenho direito de não querer pegar essa desgraça que está destruindo muitas vidas e lares.
Se minha pessoa já era anti social, você não tem ideia de como venho evitando.
Me arrisco, todos os dias porque tenho que trabalhar.
Eu tenho uma vontade tão grande de abandonar esse barco.
Aqui está tudo tão triste.
Enquanto eu me cuido sozinho os outros ignoram e isso me incomoda muito.
Mas muito mesmo.
Não existe aquele tipo se isso não é legal aquela pessoa vamos respeitar, não tipo vamos fazer e ele que suporte sabe?
Dividir é muito complicado quando não existe respeito, privacidade e a compreensão.
E aqui não existe isso, as pessoas só pensam em prazer. Churrasco, CARNEval.
Estou tomando raiva de tudo, me isolando tanto.
Ontem vi a polícia nos bares eu estava fazendo ciclismo sozinho.
Muitos jovens encostados sem máscaras querendo viver o hoje sem pensar na possibilidade de mais dias dos fracos.
O verdadeiro cada um por si.
Desde o início da doença eu já entendi a maior lição de todas que grande parte não entendeu.
"Você faz parte de um total mas pode diminuir ou alastrar."
Não tem vacina que diminua a atenção e respeito a outros seres humanos.
Não tem cura que diminua a nobreza de entender que cada um tem o seu limite.
Não quero criar mais animais, aqui eles maltratam os meus e isso é doloroso.
Se virem animais.
Um dia sonho chegar a uma situação melhor.
Quando essas pessoas estiverem entubadas e sozinhas a vida realmente vai ensinar a elas a monogamia de se encaixar no caixão.
A ciência vai mostrar o nascer, crescer o talvez reproduzir e o fútil morrer sem consciência ou esperança de paraíso.
Que nessas horas as aglomerações carnavalescas desaparecem.
Estou ouvindo Doom Metal pois ajuda aliviar a raiva e se parece com a atmosfera que estou vivendo.
Ultimamente me irrita mudar a roupa do varal do jeito que eu coloquei.
Abrir meu armário e ter algo diferente que não sei da onde veio.
Me falta liberdade para controlar meu próprio espaço.
Isso me entristece bastante.
Não vou mais pegar roupas caídas pelo chão do banheiro.
Não vou mais limpar por todo mundo se na minha particularidade só enxergam o descaso e entulho.
Cansei, não existe respeito ou falta interesse real de importância.
Preciso ir, me proteger, me cuidar, me organizar.
Não quero mais desrespeito e humilhação no meu ambiente.
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