07/05/2018
Estava mais uma daquelas noites tumultuadas da escola e eu caminhava com minha solidão pelos corredores largos que por um instante parecia que ia permanecer daquela forma, vazio.
Por algum imprevisto duas turmas foram liberadas para uma palestra e a ninha era uma delas, quando escutei alguns alunos comentando no corredor que começou a se preencher, comecei a me mover no meu mais profundo interior.
Vi que minha turma já tinha sido liberada e a minha pessoa estava tão camuflada entre um monte de estudantes que quase nunca via, pensei, essa é a outra turma.
Comecei a sentir aquela angústia e todo mundo virou um concorrente novamente e tudo o que eu pensava era passar todo mundo e conseguir um bom lugar para assistir essa palestra que eu ainda nem sabia sobre qual tema era.
E aquele tumulto me machucava, alguns alunos sempre ficam de fora ou em pé, devido as turmas serem muito grandes.
Ninguém sabe, ou sabia o meu nome e não se importavam e com o tempo eu fui aprendendo a lidar e generalizar todos dentro de mim, e eram disfarçadamente chamados de cambada ou cobaias numerados para mim, é tão insensível que essa significância individual sumiu e ficou extinta, menos um olhar que conheci.
Nunca tinha acontecido de parecer que conseguia me comunicar com o olhar.
Não existiam palavras mas, entendia tudo e sei que você também.
Essa foi a maior falta que aconteceu e eu tentei não acreditar mas pro bem maior as coisas foram naturalmente se encaixando como a natureza e eu estou aqui olhando todo esse vazio e confessando que parecia a cereja do bolo.
Ás vezes estava ali e quando terminava me levantava rapidamente tentando ser forte mas, no fundo eu estava: "mas já acabou" ou " podia ficar aqui mais me interessa."
Você é único, os outros também mas tá tudo muito descartável e não posso colocar minha sensibilidade no lixo por que vou virar uma máquina.
E mais uma vez eu quebro as regras pra me sentir bem no hoje.
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