HEMODIÁLISE VAMPÍRICA

19/05/2018

9:16

A semana cotidiana de exílio passa toda em cinza e pra não morrer ela mergulha sim em um novo sangue de forma diabólica e inexplicável.

Ela precisa renovar a vitalidade com umas coisas tão fúteis, talvez pra se sentir viva, presente, sangue novo.

As roupas sujas de terra de tanto se rastejar na terra como uma selvagem possuída, sem lei, sem regra.

Ela sabe fazer um homem perder a cabeça e quanto mais inteligente maior será o seu fascínio e labirinto de interesse.

Nunca sabe o nome, é uma sereia, uma vampira que começa a se infiltrar no seu interior de forma tão simples e as vezes por um simples detalhe ou objeto que vai puxando mais e mais.

Igual no livro do Nietzsche fala em um dos seus escritos, é como uma coisa fantástica que sempre vai faltar e até a paisagem mais perfeita fica cansativa quando se conquista e também com o sonho, meta, casamento e outras.

Sempre vai existir esse mais, gosto da filosofia dele combina um pouco com minha personalidade, essa situação é um veneno que também vai fazer sua parte forte melhorar se você conseguir administrar.

Qual a graça do triunfo se não existir o papel dos decadentes? É uma orquestra.

Por mais perfeito e controlador econômico que seja você vai sentir uma pulsão desnecessária como ela.

Vai fazer mil terapias e descobrir que ainda está se conhecendo até o final da vida e que sua repulsa virou sem resposta um sentimento atormentador que te acomete a um ódio interior por si mesmo.

Ela sabe do seu embaraço e gosta disso.

Muitas sabem destruir um lar e proporcionar um prazer infernal.

Apareceu no acaso e te fez encontrar um eu negro que você nem sabia que existia.

Espera, não é ela, é como os anjos, andrógina, não quase um demônio vampiro mesmo.

Um fetiche secreto virando obsessão.

Ela busca sangue novo, necessita como um ciclo lunar.

Em um novo exílio ela se tranca mais uma vez e espera o sol passar para não se ferir, de forma social espera a liberdade das pessoas de enxergar claramente abaixarem para trabalhar novamente seus instintos incompreendidos.